segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Semiótica e comunicação visual: o design e a publicidade em questão

Link do artigo Semiótica e comunicação visual: o design e a publicidade em questão :
http://www.semeiosis.com.br/semiotica-e-comunicacao-visual-o-design-e-a-publicidade-em-questao/

Publicação de artigo

Caros colegas professores, alunos e amigos, é com muita felicidade que os convido para a leitura de meu artigo, publicado em uma das principais revista de Semiótica do Brasil (Semeiosis USP). Sinto-me muito gratificado e gostaria de compartilhar essa alegria com vocês. Se possível, por favor, divulguem. Seguem os links:

Índice: http://www.semeiosis.com.br/
Texto em PDF: http://www.semeiosis.com.br/semiotica-e-comunicacao-visual-o-design-e-a-publicidade-em-questao/
Abraços cordiais a todos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sobre a polêmica do livro "Viver, aprender"

Face a esse último polêmica que o livro didático "Viver, aprender" vem causando, sugiro que se abra  o espaço para o debate.

Após tantos anos de implantação da linguística nos currículos escolares da graduação, acho anacrônico ainda ter que ouvir argumentos esdrúxulos de quem acha que pode legislar sobre a língua. E a imprensa, nesses casos, quase sempre toma partido a favor do anticientífico (talvez por ser mais cômodo ou, talvez, por igorância mesmo), ao retomar velhos preconceitos, antigas posições que notadamente se prendem a uma concepção de linguagem completamente antiquada, como já mostraram vários autores, sobretudo, POSSENTI e BAGNO).

Temos uma ciência que refuta os pontos de vista de quem só conhece o estudo da língua pelo senso moral (maniqueísmos de "certo e errado"). Na ciência, como sabemos, não há espaço para palpites infundados, mas para hipóteses, provas e refutações. E estas, já as temos em número suficiente, basta mostrá-las.



O que daria uma boa análise é ver como esses pré-conceitos, sobretudo os linguísticos, são reavivados tão rapidamente... Isso só nos mostra que a tradição gramatical tem ainda (e infelizmente!) um peso sobre o que, talvez, não tenha saído d...as aulas de graduação em linguística. Será?! Não esqueçamos que algumas categorias da GN foram definidas por Aristóteles, que os hindus resolveram conservar os Vedas pela tradição gramatical e que os antigos gregos chamavam 'bárbaros' aqueles povos que falavam diferentes deles. Naturalmente, e não estou sendo contraditório, que isso não justifica posições como a que a imprensa toma, em se tratando do uso da língua. Mas ainda teremos que conviver com essa 'ignorãças' enquanto o Brasil for uma país onde o conhecimento é mau visto, e por conta disso, muitas vezes restrito ou constrangido ao espaço acadêmico. Deixo aqui um trecho do livro de Manoel de Barros:    
Não oblitero moscas com palavras.
Uma espécie de canto me ocasiona.
Respeito as oralidades.
Eu escrevo o rumar das palavras.
Não sou sandeu de gramáticas. (Livro das ignorãnças)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Publicação de artigo

Caros amigos e amigas, foi publicado hoje na Revista do GELNE (Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste) meu texto As possibilidades de leitura da comunicação publicitária. Consta no site o ano de 2009, mas foi publicado agora, em 2011.
Não deixem de lê-lo e indicá-lo. Obrigado. Abraços a todos
http://www.gelne.org.br/Site/RevistaGelne/revistas.php?acao=ultima

sexta-feira, 25 de março de 2011

POR QUE INFORMAR?

Por que informar?         
Há pouco mais de 20 anos, nós, brasileiros, vivemos um período em nosso país em que ou não se podia informar, ou, se podia, deveria ser conforme ao que se poderia dizer dentro dos limites impostos pelo Estado. Estávamos no período da ditadura militar e, como todos sabem, numa época em que a falta de liberdade para divulgar notícias comprometia o conhecimento da verdade.   
Algumas maneiras de se controlar a verdade se dão, segundo Foucault (1970), pelas interdições dos discursos, na medida em que se pode omiti-la, comentá-la ou também controlá-la, pela autoria de quem produz os discursos. A pertinência analítica desses conceitos é bem apropriada nos dias atuais se pensarmos que estamos às voltas com a discussão da lei de liberdade de imprensa e, por consequência, com a questão da verdade da informação e da informação como verdade. Por traz dessa discussão, há também a suposição de que o testemunho da verdade nos é dado, diariamente, pelos meios de comunicação e por seu suposto poder. 
A notícia é elaborada por veículos, até que se prove o contrário, “críveis”. A par da confiança que se desenvolve com o tempo, a credibilidade advém de um fato capital na história do homem, qual seja, o de que a mensagem poder ser fixada em suportes. É por esse gesto que o homem transcende a sua condição vivente e deixa fixar, nesses meios, o que sente, pensa e vive.
Na história da civilização, essas “formas de existência” passam antes pelo livro, o mais importante dos suportes, e nos chegam até hoje pelas mídias digitais, trazendo-nos a informação onipresente. Mas, se atualmente temos acesso a uma miríade de acontecimentos – tarefa antes impensável –, é um fato, também, que muito se omitiu (e se omite) para que o homem não chegasse (e não chegue) ao conhecimento da verdade. Dois exemplos sempre lembrados são a proibição de acesso aos livros pela Igreja no Medievo e o apagamento de personagens históricas em fotos, como ocorreu com o livro História da Rússia, em que “progressivamente” são apagadas as imagens de três membros do PC, até restar a figura solitária de Stalin.
Essas omissões ou exclusões não nascem nem tanto da crença de que a verdade é o que está diante dos nossos olhos, mas da possibilidade de se acreditar que os meios a testificam e, por intermédio deles, faz-se crédula. Por si só a crença do testemunho pelo meio já indica que eles podem, a depender da época e da sociedade, serem benéficos ou nocivos aos que estão no poder. Sendo assim, o controle sobre a verdade vai depender de como ela é noticiada e, por que não dizer, comentada.              
Comentar os fatos é uma forma de emoldurá-los, colocá-los na perspectiva de quem os observou e percebeu. Ou seja, comentar é outra forma de organizar a realidade, a verdade, a informação, ainda que de um ponto de vista. Todo e qualquer fato noticiado paga o tributo de ser antes percebido, e essa é a forma pela qual conhecemos realidades diversas e até sobre elas opinamos, com a naturalidade com que expomos os acontecimentos tão próximos a nós. Dessa maneira, posicionamo-nos diante do que se apresenta para nós como fato comunicado por uma mídia, e não somente como um fato em estado bruto.
Informação e veículo estão assim tão plasmados que mal conseguimos distingui-los. Por esse motivo, os governos autoritários temem a mídia e por isso sentem a necessidade de controlá-la.   
Voltamos aqui a Platão, que estabeleceu, em A República, a equação ver = a conhecer. Ver é conhecer, logo não ver é não conhecer, mas também ignorar. Hoje, nos países democráticos, a mídia, pela liberdade de imprensa, é o grande di-visor e também difusor das notícias e das demandas sociais, na medida em que exerce a função de vigilância para a sociedade. Ela nos apresenta a informação – e aqui caberia dizer que um dos sentidos dessa palavra é ‘conhececimento’ – para que possamos, através dela, lutar por uma sociedade que tenha como meta não só a liberdade para informar, mas, também, a de informar para libertar.